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Carta ao Parlamento

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É a presente para, ao cumprimentá-las e cumprimentá-los, senhoras e senhores vereadores da Santa Maria da Boca do Monte, desejando sinceramente não redundar tardia a presente, externar impressões vulgares deste aldeão.

Não foi, com efeito, Excelências, tarefa fácil assimilar as notícias e imagens a propósito da entrega - ou abertura, ou inauguração, como queiram - do tão almejado e pacientemente esperado Hospital Regional quando, então, lhes fora imprópria e injustificadamente obstada a presença na solenidade (se assim pode ser chamada) realizada em seu interior. Havia, é verdade, outras autoridades na porta, nós as vimos (ao menos ali)!

Como admitir, assim, sem mais, que sob o frágil subterfúgio de pandemia mortal, a fomentar a limitação ao máximo possível do número de pessoas enclausuradas em um mesmo ambiente, bem como as ilações científicas a respeito do alto potencial de contaminação do temido, somente no âmbito deste planeta (não se têm, até onde sei, notícias de pânico, sequer semelhante, nos demais planetas e corpos celestes da galáxia) agente patológico?

Ora, pelo que se percebe, não atentaram, tanto o governador da Província de somente pouco mais de 500 municípios, ou mesmo o prefeito que pouco têm se visto andar nestes dias de pandemônio desproporcional, como se vidas estivessem em jogo, que logo Suas fotografias, as postagens, os discursos, os cumprimentos e o calor humano, sobremaneira em ano de eleições podem, se faltando, comprometer a qualidade e o funcionamento do nosocômio.

Nem sequer chegaram a cogitar as autoridades promotoras do ato, que Suas Excelências estão resguardadas pela imunidade parlamentar e, quem sabe, pela força do mandato, esta se desdobre, inclusive, em imunidade viral tanto para si quanto para aqueles a quem afinal de contas representam e que, portanto, imunes ou assintomáticos, dali saindo jamais contagiariam a quem quer que fosse. Caso não, urge projeto de lei municipal neste sentido!

Mas, agentes e/ou autoridades de saúde e segurança puderam entrar, né? Havia até responsáveis pelas obras civis dando explicações lá dentro, ouvi dizer! Um dos poucos lugares disponíveis, disseram, foi destinado ao titular da pasta da saúde municipal, pasmem! Que absurdo...

Diante de tamanha negligência, muito bem fizeram Vossas Excelências em não apenas repudiar, mas, de imediato, fiscalizar a aplicação dos dinheiros que bondosamente foram devolvidos por este poder ao executivo local em atenção ao coronavírus.

Certamente é de tais posturas por aqueles que lhes esqueceram que nascem as poucas, mas existentes, noções de que esse Poder homenageia demais, nomina ruas
demais, têm funcionários demais, briga demais pela mesa diretora, pretende muito quando deseja uma palaciosa sede nova e que, o número de assessores, vejam só, é um escândalo.
Cuidado, Excelências! Pode ser que passe a circular pela cidade a ideia irresponsável de renúncia, logo por vós, de parte de seus salários minguados e tímidas verbas de gabinete, como combustível e telefone celular, por exemplo. Já corre lenda de que ainda são beneficiários de verba destinada a selos! Risível...

Data vênia, Excelências, sejam astutos e pulem na frente: renunciem a esses dinheirinhos voluntariamente antes que qualquer um do povo clame para que o façam, fabulando miserabilidade generalizada!

Deem nos dedos dessa gente faladora e ingrata.

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